terça-feira, 17 de março de 2009

Entre o céu (da bike) e o inferno (do trânsito)

Hoje foi um daqueles dias corridos e malucos de trabalho. Desde o momento que pisei na minha sala até a hora de ir embora, não vi a luz do dia. Ao longo da tarde ainda consegui ouvir o barulhinho da chuva e por uns 5 minutos, apenas, o barulhão das águas que caiam lá fora. Nada de mais, pensei, exceto pela chateação de ficar alguns instantes sem energia elétrica.

Tudo me parecia normal. Quando terminei as minhas coisas resolvi dar aquela espiada nos sites de notícias para ver se tinha acontecido alguma coisa interessante durante o dia. Aí vi que o Clodovil morreu e que... São Paulo havia sido tomada pelo caos! A chuva alagara a cidade, parou o trânsito - novidade! -, recorde de congestionamentos, árvores derrubadas, veículos arrastados...

Meu Deus do céu... aonde estava essa chuva que eu não vi passar?! Provavelmente, ela não chegou aqui para as minhas bandas!

Doce ilusão - ou percepção de uma garota desligada! Foi colocar os meus pezinhos no mundo lá fora, realmente, a cidade estava o caos. Muitos lugares sem energia elétrica, semáforos desligados, luzes apagadas e carros... muitos carros. Eu ali de bicicleta no meio daquela imensidão de veículos parados me sentia no céu. Parecia que os sons das buzinas e dos motores, ao longo do trajeto, se transformavam em sinfonia com o meu movimento em meio ao trânsito hiper congestionado.

Por um instante até conseguia sentir os olhares das pessoas paradas dentro de seus carros me seguindo, como se quisessem estar ali, no meu lugar. A chuva, que agora caia fina, era doce, suave e parecia me empurrar pelos pequenos corredores ao longo da maré motorizada.

Entre esse pedalar delicioso, levando o mesmo tempo de sempre para chegar em casa, e o caos, vi cenas de muito estresse: carros cruzando um na frente do outro, como se avançar dois metros e parar novamente no congestionamento os fizessem ganhar muito tempo; pessoas se apertando nos pontos de ônibus; árvores caídas... o caos.

E enquanto eu atravessava deslizando no meio desta mutidão apavorada, ouvi uma voz gritar de dentro de um carro: "isso é que é meio de transporte!". Olhei para trás, procurando o autor do grito. Não achei. Apenas sorri e segui pedalando.

Pensei comigo: "isso aqui é o céu"!

Porque será que as pessoas presas dentro dessas máquinas ainda não perceberam isso?!

3 comentários:

  1. Oi, gata! Brigada pela visita no blog! Você sabe que está na mira do Gata de Rodas, né? Você é a minha inspiração em São Paulo com o Cycle Chic. Na primeira chance, quero fazer umas fotinhos bem fofas de você.
    Beijo!

    ResponderExcluir
  2. Eu só vi na comunicação interna o pessoal da administração predial solicitando a retirada dos carros das ruas proximas e ver da janela o Rio Tamanduatei transbordando para desespero dos motoristas. Ficou um caos a região e o pessoal só começou a sair às 20:30, eu as 18:40 como um mero ciclista tratei de arranjar dois sacos de lixo para cobrir as pernas e sai com a magrela no ombro com a agua nos joelhos até a esquina para depois andar tranquilamente para casa feliz da vida!!! O ciclista venceu os motoristas pelo menos uma vez no ano!!!

    beijocas

    ResponderExcluir