São Paulo deve ter algumas boas dezenas de grupos que se reúnem para pedalar (veja: http://www.wde.com.br/bike/passeios.htm). Antes de desencostar minha magrela e sair pedalando pelas ruas e avenidas paulistanas já reparava essa movimentação, principalmente no período da noite. Tem passeios para todas as idades, gostos e gêneros.
A meu ver, o que difere a Bicicletada destes grupos é que o encontro de ciclistas na última sexta-feira do mês não visa fazer um passeio. A Bicicletada é como um manifesto, que chama a atenção para as bicicletas, mostra que nós também somos parte do trânsito, não somos invisíveis e a nossa escolha da bicicleta como meio de transporte trás uma série de benefícios para toda a cidade.
Foi isso que sempre senti desde o dia que apareci por lá há oito meses atrás (meu Deus, como passa voando!!!).
A meu ver, o que difere a Bicicletada destes grupos é que o encontro de ciclistas na última sexta-feira do mês não visa fazer um passeio. A Bicicletada é como um manifesto, que chama a atenção para as bicicletas, mostra que nós também somos parte do trânsito, não somos invisíveis e a nossa escolha da bicicleta como meio de transporte trás uma série de benefícios para toda a cidade.
Foi isso que sempre senti desde o dia que apareci por lá há oito meses atrás (meu Deus, como passa voando!!!).
Mas, entre junho do ano passado – minha primeira Bicicletada – e a última sexta de fevereiro de 2009, o movimento cresceu assustadoramente. Foi tudo muito rápido. Costumo brincar que nas bicicletadas eu tenho a impressão de que os ciclistas vão brotando do chão. Eles surgem do nada e no final desaparecem na mesma velocidade que apareceram. É impressionante!
Ver a Bicicletada crescer é lindo, emocionante. Mas, óbvio, tem os seus problemas. O crescimento acelerado trás muitas pessoas maravilhosas na busca do mesmo ideal e também algumas pessoas que chegam no embalo, sem saber bem o que acontece e o que estão fazendo ali. São estas últimas que chamo de “maçãs podres”.
As maçãs podres são aquelas pessoas que quando pedalam sozinha são quietas, tímidas e, até mesmo, reprimidas. Quando juntam-se à multidão de ciclistas e suas bicicletas parecem ganhar força para descontar sua ira no trânsito, nas pessoas, nos carros e depois se infiltrar no meio da massa que segue pedalando.
Oras bolas! Acredito que estamos ali para fazer a diferença e não para reproduzir toda a violência do trânsito que já somos submetidos todos os dias. Se eu xingo um motorista, obviamente que estou dando o espaço para ele me xingar. Se chuto, cuspo ou risco um carro, estou dando a mesma liberdade para ele passar por cima de mim quando eu estiver pedalando sozinha.
A última Bicicletada foi linda pela quantidade, mas não pela qualidade. Infelizmente tivemos alguns ocorridos tanto de violência de ciclistas para com os motoristas e de motoristas para com os ciclistas que ofuscaram a beleza de ver tantas bicicletas reunidas – tem gente que fala em 300, 400... Eu acredito que tinham mais de 500 bicicletas ali.
Com isso também foi ofuscado o tema da última bicicletada (PAZ), a comemoração da atual (3 anos de Praça do Ciclista), os gritos, os panfletos, as bikes erguidas na massa crítica... foram ofuscados, mas não passaram despercebidos.
Agora restou o momento de reflexão e ação. Como fazer a Bicicletada crescer com qualidade, seguindo os seus objetivos e ideais?
Vamos respondendo juntos.
Enquanto isso, já estou colocando cestinho na Serafina para na próxima Bicicletada aparecer com ele carregado de flores e panfletos a serem entregues aos motoristas. Como nos velhos – nem tão velhos – tempos.
Invasão das Bicicletas - acho que éramos uns 500 (Foto: Luddista)
Até o Miranda participou da Massa Crítica (Foto: Luddista)
Como nem tudo são flores... atropelamento e problemas com a polícia (Foto: Luddista)
Relatos, Fotos e vídeos:
http://www.bicicletada.org/Bicicletada_Fev2009
Ei, eu lembro quando você entrou! :)
ResponderExcluirA massa está mudando. Tem que ter mãos mais fortes pra moldá-la de um jeito bonito. Acho que a gente consegue. Se depender de sorriso bonito, só precisamos de você.
Beijo e saudade.
Que pena que algumas pessoas não entendem o propósito de tudo isso. Espero que vocês consigam fazer a bicicletada "com qualidade" e mais paz. Aí quem sabe pessoas que morrem de medo desse trânsito violento, como eu, encarem com segurança uma pedalada pela cidade!
ResponderExcluirReparei nisso também! Muita molecada veio de longe sem pai nem mãe, e ainda se enfiavam nos cruzamentos pra fazer o corte pra galera passar. O pessoal da coincidência organizada deveria de tempos em tempos dar um toque geral na galera sobre o que é o movimento e como se portar antes de a massa sair.
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