terça-feira, 28 de abril de 2009

A cidade onde as crianças gritam "menos carros, mais bicicletas"

Trabalhar o dia todo, participar da Bicicletada, dormir por três horinhas, acordar cedo, pegar a magrela e pedalar 100 km. Pode parecer loucura, mas tudo isso vale totalmente a pena quando no final você vê uma criança de uns dois anos de idade, em cima de uma bicicletinha minúscula, olhar para você e gritar: "menos carros, mais bicicletas"!

Pois é, foi isso que vimos nesse final de semana em Sorocaba durante o passeio ciclístico do Colégio Véritas. Já falei dessa escola em outra ocasião. São eles quem criaram o "Caminho para a Escola", onde a molecada vai pedalando até o colégio acompanhada de um monitor, são eles quem fazem o projeto da Recicleta e são eles que incluiram a bicicleta como tema a ser trabalhado com os alunos em todas as disciplinas da escola. No final, o que se vê é isso: crianças que pedem menos carros e mais bicicletas.

Dessa vez não teve carro no meio do caminho para eu atropelar e sim uma pedalada muito tranquila, acompanhada de paradas longas, que nos pouparam de um sol forte, muitas risadas - daquelas de dar dor no abdômen -, por do sol nos recebendo na cidade, quatro pneus furados e um queixo rasgado! Pois é, não teve jeito, tivemos que parar no hospital para o Gilberto levar pontos no queixo após um tombo bobo numa das paradas na estrada. No final, já estávamos até famosos na Santa Casa de Sorocaba!

Mas, nem esse incidente conseguiu estragar o ânimo e a energia da viagem. Chegamos no colégio Véritas com uma recepção muito humana e carinhosa. A escola preparou um baita lanche para nós e disponibilizou um alojamento 5 estrelas com cama, mesa e banho quente! Tudo para garantir um começo de domingo descansados e dispostos a participar do "Pedala Véritas". Dessa vez, o passeio ciclístico era para comemorar antecipadamente o Dia das Mães. Ao contrário dos anos anteriores, quando a direção da escola fazia uma festa para comemorar a data, este ano a data foi lembrada com as crianças, as mães, os pais, os irmãos e quem mais quisesse pedalando.

Durante o trajeto fomos surpreendidos com a molecada de todas as idades que gritava "menos carros, mais bicicletas". Um verdadeiro privilégio poder fazer parte disso tudo e ainda poder ver que Sorocaba é cada vez mais uma cidade amiga das bicicletas.

Uma cidade onde as crianças já pedem por menos carros e mais bicicletas te faz acreditar que é possível um futuro diferente para a mobilidade urbana das cidades.

A turma rumo a Sorocaba
Na estrada: descida maravilhosa após uma subida de 11 km

Pra onde vamos?!

O por do sol nos esperava na entrada da cidade

Na Santa Casa de Sorocaba, famosos e com o queixo do Gilberto já costurado

Na entrada do Véritas o cartaz já anunciava a pedalada do dia seguinte
A bicicleta unindo o pessoal de São Paulo e Sorocaba

Pedala Véritas: gente de todas as idades, menos carros, mais bicicletas e mais calor humano
Fotos: JP Amaral

Bicicletando no trânsito, no centro e na barraca

Acho difícil um ciclista que não curta um contato com a natureza e, logo, um camping em algum lugar com cenários bonitos e garantias de boas pedaladas. Mas, será que algum ciclista já pensou em acampar em plena Avenida Paulista com a mesma energia e emoção que no meio do mato?! Esta sexta-feira o pessoal da Bicicletada provou que sim.

Apesar da avenida mais famosa do país não ter flores, árvores, rios e cachoeiras, ela não deixa de ser um cenário interessantíssimo, palco principal das bicicletadas, sede da Praça do Ciclista e sempre garantia de pedaladas com muita emoção! Por isso, nada mais justo que ocupar o espaço com barracas, comidinhas, vinho, música e muita alegria.

Mas, antes de ocuparmos a nossa praça, é preciso humanizar o trânsito e nessa última Bicicletada, em meio a uma chuva fina e intensa, nós fomos o trânsito. Em vez de formarmos a grande massa e fechar as vias da Av. Paulista, seguimos no meio dos carros, parados no eterno congestionamento do final das tardes de sexta e fluímos livres no trânsito. Aliás, nós também somos o trânsito... com a diferença que conseguimos transitar livremente se causar congestionamentos.

Ainda antes de armarmos o acampamento, passamos pelo centro numa das voltas mais bonitas que já dei com a Bicicletada: Anhangabaú, Largo do Paissandú, Estação da Luz, Praça da República... bem diferente das tradicionais voltas pelo centro passando pelo Sé. O centro velho de São Paulo é lindo e tomado por bicicletas então... é maravilhoso!

Aí sim. Fomos o trânsito, pedalamos pela cidade, visitamos o centro velho e voltamos à Praça para ocuparmos o espaço que é de todos. Barracas, violão, vinho, comidas, felicidade, conversas, fogueira... e a noite foi passando, o dia clareando e a Bicicletada mais longa que eu já ouvir falar - deve ter tido umas 15 horas de duração - chegava ao fim. Ou melhor, ao começo: de uma cicloviagem até Sorocaba!


No Vale do Anhangabaú: Invasão das Bicicletas

Na Praça do Ciclista: Invasão das Barracas
Fotos: JP Amaral




quarta-feira, 22 de abril de 2009

Bicicletada Camping


Próxima sexta é dia de Bicicleada Camping. Após a tradicional concentração às 18h na Praça do Ciclista (Av. Paulista x Consolação) e pedalada para humanizar o trânsito com início às 20h, vamos acampar em algum local da cidade a ser combinado na hora ou na própria Praça do Ciclista. A proposta é confratenizarmos, ocuparmos e otimizarmos o espaço urbano, repartimos comes e bebes e discutirmos os problemas de (i)mobilidade urbana da cidade.Vejam mais informações AQUI;

No amanhecer de sábado, vamos colocar barracas e sacos de dormir nos bagageiros e seguir numa pedalada traquila rumo a Sorocaba (98 km de São Paulo). Lá vamos participar, no domingo, de um passeio ciclístico do Colégio Véritas, uma escola que tem feito um trabalho exemplar com os alunos sobre a bicicleta como meio de transporte e os seu benefícios à cidade. O Colégio já disponibilizou alojamento gratuito para os ciclistas. No domingo, após o passeio, a volta para São Paulo pode ser feita no pedal - para os mais animados! - ou pela Viação Cometa (R$19 a passagem, com ônibus a cada 20 minutos e com a bike no bagageiro após uma choradinha básica!).

E para quem ficar na capital no final de semana

terça-feira, 21 de abril de 2009

Como se preparar para uma cicloviagem

Desde a minha primeira cicloviagem, já ouvi muitas dicas e sugestões de como se preparar para encarar a estrada numa bicicleta. Alimentação, treinos, descanso... e no final, a conclusão que eu chego é que eu sou uma péssima pessoa para se preparar para uma cicloviagem.

No quesito treino, realmente isso não entra na minha cabeça. Não sei se é porque eu não consigo olhar para a bicicleta como uma prática esportiva, mas como um meio de transporte e, por isso, se eu pego a bicicleta e falo "vou treinar 50 km", eu não chego na metade, mas se eu falo "vou até tal lugar que fica a 50 km", eu chego numa boa. Será que é psicológico?! Tanto é que mesmo intensificando o uso da bike na cidade, eu sentia uma tremenda falta de praticar algum esporte e foi por isso que voltei a nadar.

Ano passado, quando começamos a falar da viagem de bike até Ubatuba eu pensava "preciso treinar, preciso treinar"... acabei saindo de casa com a finalidade de treinar apenas uma vez. Mas, ao mesmo tempo, fui usando a bicicleta cada vez mais. Percurssos que antes eu não faria de bike, comecei a fazer. Tinha dias que eu chegava em casa com 50 km pedalados no dia - enquanto outros dias não chegava a 10 km. No fim, aguentei a viagem, fiquei com um baita orgulho de mim e acreditei que podia ir sempre mais longe. Tanto é que foi voltando de Ubatuba que decidi que faria uma cicloviagem mais "ousada" e menos de dois meses depois comprei a minha passagem para a Alemanha.

Por isso, não me vejo treinando para fazer a Berlin-Copenhagen e não sei se isso é um problema. Mas, ao mesmo tempo, me vejo intensificando as pedaladas, sempre fazendo passeios e cicloviagens. No próximo final de semana, por exemplo, vou pedalar novamente até Sorocaba (100 km). Em maio, provavelmente vou para Piracicaba (150 km); em junho vou fazer o Caminho da Fé; e julho e agosto não ficarão sem alguma viagenzinha, né?! Encarar estas viagens me fazem acreditar que vou conseguir manter o ritmo diário da viagem de setembro (assim espero!).

A verdade é que a cada dia a bicicleta se torna mais o meu meio de transporte. Chego a ficar semanas sem entrar num carro, num ônibus e, até mesmo, num metrô. Faço tudo de bike ou a pé. Por isso, na hora de pensar na viagem das férias, não teve jeito, só consegui imaginar algum trajeto que eu pudesse fazer de bike.

Agora, no quesito alimentação, isso eu já percebi que faz uma tremenda diferença. Sei que eu rendo muito mais, fico bem mais disposta e preparada quando, ao longo da semana da cicloviagem, já vou me alimentando com comidas leves e ricas em proteínas e carboidratos. E eu gosto é de comer comida mesmo. Tenho calafrios quando vejo as pessoas engolindo aquele power gel para ter mais energia numa pedalada. Sem preconceitos, mas acho aquilo sinistro. Para mim, a melhor energia para se encarar um pedal é arroz, feijão e água. Como não vou levar uma marmita de arroz e feijão no bagageiro (!), procuro levar pão, bolo, castanhas - muitas castanhas -, frutas secas e, no mínimo, duas garrafinhas de água, que eu vou abastecendo no caminho.

Não sei se esse é o melhor jeito de se preparar para uma cicloviagem (provavelemente não!), mas já vi que o jeito Evelyn de se preparar é: pedalar por aí movida a arroz, feijão e alegria!

Planejamento

Aproveitei o feriadão hora trabalhando, hora pedalando e tantas outras horas pensando na vida e criei vergonha na cara e "afinei" o meu roteiro da viagem das férias, em setembro, quando vou pedalar de Berlim até Copenhagen.

A rota ficou assim:

Dia 1: De Berlim a Zehdenick - 54 km
Dia 2: De Zehdenick a Fürstenberg (Havel) - 55 km
Dia 3: De Füstenberg a Neutrelitz - 50 km
Dia 4: De Neutrelitz a Waren - 58 km
Dia 5: De Waren a Krakow an See - 69 km
Dia 6: De Krakow an See a Schwaan - 70 km
Dia 7: De Schwaan a Nykøbing - 51 km (com travessia de barco pelo mar Baltico)
Dia 8: De Nykøbing a Sandvig - 75 km
Dia 9: De Sandivig a Køge - 80 km
Dia 10: De Køge a Copenhagen - 70 km

Ao todo, serão uns 630 km pedalados, passando pelas regiões de Bradenburg e Mecklenburg-Vorpommen, na Alemanha, e pelo leste da Dinamarca e a região de Copenhagen. Chego na capital dinamarquesa no dia 22 de setembro. Bem no Dia Mundial sem Carro. será que consigo participar de aguma coisa por lá?!

O legal é que durante o trajeto, vou passar por algumas regiões rurais da Alemanha - e me hospedar em alguns sítios e fazendas -, e na Dinamarca vou pedalar beirando o mar. Será lindo!

Definir o trajeto já me deixou hiper animada e ansiosa! Mas, ainda aceito ajudas, sugestões, dicas...

Começou o planejamento e o tempo insiste em correr. Faltam menos de 5 meses.. tic tac tic tac... Ai que friozinho na barriga!

Sobre a rota Berlin-Copenhagen

domingo, 19 de abril de 2009

Tá tudo errado

Eu, na minha santa ingenuidade, fui daquelas que cresceu acreditando que repressão era coisa do periodo da ditadura. Mas, com o tempo, fui percebendo que a ditadura militar foi uma das formas de repressão da sociedade, pois outras ditaduras e maneiras de reprimir as pessoas estão aí, sempre presentes em todos os lugares. No final das contas, sempre temos uma sociedade tomada pelo medo de alguma coisa.

Pedalar em São Paulo talvez seja até uma maneira de ir na contra mão de uma repressão presente na cidade. Cidade esta que, apesar de não ter mais onde enfiar os seus carros e registrar índices absurdos de poluição atmosférica, prefere priorizar os veículos motorizados, tirando espaço dos pedestres, dos ciclistas e arranjando sempre um cantinho a mais para criar outro congestionamento. São Paulo é uma fábrica de trânsito.

Manifestando-se "naturalmente" só pelo fato de pedalar nesta cidade, nos deparamos com injustiças que chegam a dar nojo. Injustiças que nos tornam indignados e ao mesmo tempo unidos e fortes para reivindicarmos por nossos direitos, que apesar de claros e diretos no Código de Trânsito e nas leis municipal, estão esquecidos nas montanhas de papéis.

Esta semana, tivemos um exemplo claríssimo do tipo de injustiça que estou falando: a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego - ou seria de Trânsito?!) simplesmente transformou um acostamento da Marginal Pinheiros em via para os carros. Ou seja: um espaço antes usado por (muitos) pedestres e ciclistas como via mais fácil de acesso ao Morumbi, agora virou faixa de veículos e passou a ser proibido àqueles que optam por não congestionar e poluir a cidade.

Indignadíssimos, um grupo de ciclistas foi lá e repintou a faixa, fazendo ressurgir o acostamento morto. A CET e a PM, óbvio, não deixou barato, foi lá, repreendeu, oprimiu e prendeu um ciclista e ainda deixaram ameaças do tipo "se vocês publicares estas imagens [das câmeras em posse dos ciclistas] serão processados". Liberdade de expressão, direito de ir e vir e denúncias sociais, então, se tornaram apenas discurso utópico do fim de uma ditadura?!

Para aumentar o ridículo, a CET anunciou que vai multar os ciclistas presentes no protesto. Multar como? Multar quem? Sob qual alegação? Quem é que está errado nessa história?

Ando confusa e revoltada com tudo isso. Ano passado, vi um policial sair do carro, apontar uma arma para mim e um grupo de ciclistas que queria descer de bike até o litoral, e gritar "desce da bicicleta" (o fato chega a ser bizarro, de tão ridículo!); esse ano a CET envia uma multa ao ciclista considerado, por eles, "o líder" da WNBR, alegando que o evento causou congestionamento(!); agora essa palhaçada do acostamento.

Tô achando que a polícia e a CET não tem o que fazer. Afinal, vivemos numa cidade tranquila, segura e com uma qualidade de vida invejável a qualquer cidade do mundo, não é?!

Tá tudo errado, tá tudo errado...

Mais sobre o ocorrido no acostamento da Marginal Pinheiros no: Vá de Bike

Uma mostra do ridículo: PM ameaçando processar ciclista

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Essa semana foi poética

"Clara passeava no jardim com as crianças.
O céu era verde sobre o gramado,
a água era dourada sob as pontes,
outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados,
o guarda civil sorria, passavam bicicletas,
a menina pisou a relva para pegar um pássaro,
o mundo inteiro, a Alemanha, a China, tudo era tranqüilo em redor de Clara.

As crianças olhavam para o céu: não era proibido.
A boca, o nariz, os olhos estavam abertos.
Não havia perigo.
Os perigos que Clara temia eram a gripe, o calor, os insetos.
Clara tinha medo de perder o bonde das onze horas,
esperava cartas que custavam a chegar,
nem sempre podia usar vestido novo.
Mas passeava no jardim, pela manhã,
havia jardins, havia manhãs naquele tempo."

(Lembrança de um mundo antigo - Carlos Drummond de Andrade)

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Até onde minha bicicleta me levar

Já ouvi de várias pessoas o comentário "nasci em São Paulo e não conheço metade da cidade como você". A explicação é simples: desde que me mudei, conheci a cidade pedalando. Com isso pude observar muito mais, sentir a cidade e os seus detalhes. Vira e mexe eu comento com alguém sobre algum passeio que fiz, a pessoa se interessa, vai lá, conhece, adora e depois vem me agradecer! Fico me sentindo "a guia" de lazer paulistano!

Mas, se existem dois lugares que amei conhecer nesta cidade, que, talvez, se não fosse pela bicicleta, eu nunca teria passado em frente são: o Sesc e o Ceagesp. Detalhe: hiper perto da minha casa, do meu trabalho, do meu dia-a-dia.

Costumo frequentar o Sesc Pinheiros, que além de ter uma programação cultural intensa, interessante e barata, tem uma piscina maravilhosa - que me garante algumas braçadas durante a semana - e um restaurante chamado Comedoria que oferece comidinha a la "casa da mamãe" a preço honestíssimos. Conhecer a programação de uma unidade do Sesc te leva, obviamente, a conhecer outras unidades, com outras programações tão interessantes quanto, com outras comedorias... mas tudo com o "padrão de qualidade" Sesc. Este é o tipo de lugar e serviços que todo mundo deveria se aproximar um pouquinho mais. É garantia certeira de lazer, diversão, cultura, entretenimento e estômago cheio sem ter que ficar com o bolso vazio!

Já o Ceagesp: Cuidado! O lugar é viciante. Não tem uma semana que eu não dê uma passadinha por lá. Claro que os meus dias prediletos são as terças e sextas, quando rola a gigantesca feira de flores. Quem conhece esta feira nunca mais pisa numa floricultura. É possível levar para casa vasos de orquídeas a R$10 e 60 rosas a R$5. Isso mesmo, não esqueci de digitar nenhum zero a direita, são 60 rosas a R$5 e de quebra vale um super passeio, conhecendo flores, cheiros, cores e sabores - afinal, depois de andar por lá, não tem como não parar na barraquinha de pastel onde vende o exclusivo sabor de queijo, repolho e gengibre que é um espetáculo! Até quem não é muito ligado às flores, jardins e natureza fica encantado com o lugar. É uma energia diferente que vale a pena sentir.

Outro acontecimento semanal - e sensacional - do Ceagesp é o varejão de quarta-feira a noite. Imagine uma feira de frutas, legumes e verduras bem grandona, somada com barracas de peixes bem fresquinhos, queijos, azeites, pães, temperos e iguarias, além de uma praça de alimentação que, se tivesse um palco, seria uma verdadeira quermesse. Lá é possível experimentar lanches e comidas chinesas, japonesas, italianas, brasileiras, paulistanas e beber uma cerveja muito gelada a preços muito amigáveis. Vale um happy hour diferente e cheio de descobertas. O varejão começa ás 16h e termina ás 22h, o que garante bons momentos de diversão e bate-papo sem chegar muito tarde - ou muito embriagado - em casa.

Descobri estes lugares pedalando e ainda existem muitos outros que gostaria de chegar no pedal. São Paulo é muito grande e acho que seria necessário uma vida inteira para conhecer tudo o que a cidade tem de especial. Mas, um dia eu chego lá. Aliás, cada dia que passa tenho mais certeza que eu chegarei até onde minha bicicleta - e minha vontade - me levar! (Aonde será?!)

terça-feira, 7 de abril de 2009

Dica para o feriado



O Sitio São Francisco oferece:
Vivencia O Ser Permanente: Bioconstruindo com Tai Chi.
Temas abordados:
  • Conceito e Design em Permacultura,
  • Bioconstruções e Saúde e Bem-Estar Físico e Espiritual.
  • Praticas: Telhado Vivo, Tai chi chuan, Superadobe, Taipa de Mao (pau a pique), pinturas naturais, meditação, reciclagem, calfetice, forno de barro, Cord Wood e oficina de pão.

Onde: Estação de Permacultura - Sitio São Francisco

Comunidade Rural de Quatinga - Mogi das Cruzes - SP (80 km da capital)

Quando: Dias 10,11 e 12 de Abril de 2009

Quanto Custa: R$180,00 para profissionais e R$140,00 para estudantes – parcelamento e descontos para grupos podem ser solicitados via e-mail.

Inclui: certificado + alimentação ovo-lacto-vegetariana + área de camping + material didático

Quem somos:

Felipe Pinheiro: Permacultor, Engenheiro Civil e Apicultor. Designer para Sustentabilidade, aplica técnicas de bioconstrução e princípios da Permacultura em ambiente rural e urbano. Ministra oficinas e cursos de Permacultura e Bioconstruções pelo Brasil. Morador e Coordenador da Estação de Permacultura Sitio São Francisco.

Lilia Diniz: Instrutora de Chi Kung e Tai Chi Chuan, Advogada ambiental e terceiro setor, Apicultora, com cursos de Permacultura e Bioconstrução em São Paulo, Bragança e Santa Catarina. Especialista em ciência ambiental, aplica técnicas Permacultura em ambiente urbano e rural. Coordenadora do Gen Ten: Chi Kung e Tai Chi Chuan.

Ser Permanente: a Permacultura do indivíduo em seu dia-a-dia em ambiente rural e urbano

Ser Permanente é a vivência de técnicas e princípios da Permacultura aplicáveis em ambiente rural e urbano conduzida por práticas corporais que beneficiam a saúde e bem-estar físico e espiritual.

A Permacultura é permanente, ela não consiste em um conjunto de práticas dissociadas do indivíduo e de seu dia-a-dia em casa, no ambiente de trabalho. Muitas das suas técnicas e princípios podem ser implantadas tanto na vida rural quanto urbana.

Um Ser Permanente praticante da Permacultura é um Ser que se propõe ao eterno aprendizado daquilo que seja o mais permanente em sua vida. Da saúde física à saúde do meio em que vive e do planeta, participa ativamente de um ciclo permanente e saudável de tudo o que produz, consome e das suas relações. É um ser em transformação, que contribui com a transformação do seu entorno e do coletivo.

Apoio: Rede de Voluntários do Sitio São Francisco
Gen Ten: Chi Kung e Tai Chi Chuan

* * Contato e informações sobre o curso: permacultura_mogi@yahoo.com.br
Fone: (11) 9850-3306
*
http://www.sitiosaofrancisco.wordpress.com/*
*
http://genten.wordpress.com/*

domingo, 5 de abril de 2009

O detalhe das distâncias

Minha casa fica a 4 km do meu trabalho - isso fazendo o trajeto mais longo. Muita gente, quando me pergunta a distância de casa para o trabalho, ao ouvir a resposta, responde de pronto: "ah, é por isso que você vai ao trabalho de bicicleta, é pertinho".

Esse tipo de resposta me deixa intrigada, pois não é a distância pequena que me anima a pegar a magrela todos os dias, mas as vantagens como não ficar parada no trânsito, não poluir o ar, fazer exercícios, ser hiper econômico, ser prazeroso, poder observar mais os detalhes da cidade... Mas, ainda assim, tem gente que fala "queria ver se você trabalhasse a 20 km de casa".

Independente das distâncias, essa semana o meu odômetro marcou mil quilometros rodados. Em dois meses. Ou seja, fiz uma média de 500 km por mês. Na hora que vi o marcadorzinho digital cravar 1000 km fiquei boba de alegria. Fiquei pensando, será que é muito?, será que é pouco?, será que é razoável?. Independente de qualquer resposta, senti que vivi. Vivi por aí a pedalar, conhecendo lugares, pessoas, cheiros, paisagens... fiquei tentando relembrar por onde andei nesses mil quilometros. A cidade, os parques, os piqueniques, a viagem do carnaval, as Bicicletadas, a WNBR, as pessoas que fizeram parte da cada quilometro pedalado...

Resumindo, pedalar pode ser mais do que se locomover. Pode ser a oportunidade de vivenciar momentos únicos e inesquecíveis. A pedalada mais marcante da minha vida, foi exatamente a mais longa: Ubatuba. Ao todo, foram 250 km pedalados, divididos em dois dias.

No primeiro dia, pedalei 150 km de São Paulo até Taubaté. Apesar da rodovia boa, as subidonas e vento contra fizeram a viagem ser muito cansativa, sem contar o sol que fritou as minhas costas, braço, rosto, lábio... foi bom para aprender que protetor solar é indispensável nessas viagens! Mas, cheguei ao final do dia muito satisfeita por ter aguentado.

No dia seguinte, 100 km de pedal até Ubatuba. Apesar de ser uma distância menor que a do dia anterior, foi um milhão de vezes mais difícil. Além do cansaço do primeiro dia, a estrada tinha muitas, mas muitas, subidas e um vento que batia forte na direção contrária, de tal forma, que era preciso pedalar até nas descidas.

O desafio, a ansia de chegar na praia pedalando, a natureza, o vento, a força que saia de mim sem eu saber da onde vinha... tudo isso me fazia refletir a cada pedalada. Em alguns momentos pensava em desistir, noutros surgia em mim um ânimo e uma força que eu acreditava ser capaz de pedalar mais mil quilometros sem parar...

Foi uma explosão de sentimentos. Horas me vi sorrindo, horas fechei os olhos e abri os braços para sentir melhor tudo aquilo, horas chorei que nem criança por causa do cansaço e do medo da idéia de não aguentar. Ao final dos 250 km pedalados, eu já não me sentia mais a mesma pessoa. Foi transformador.

E pedalar é isso: uma transformação diária. É um exercício que te faz mais sensível aos sentidos. Por isso, não pedalo até o trabalho por causa da distância, mas pedalo pelo prazer de experimentar e viver a cidade de um jeito diferente. A distância acaba virando um mero detalhe.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Mais de 20 contra o G20

Arte: Diogo
Bicicletada “Mais de 20 contra o G20″

Local: Pça do ciclista
Data/Horário: 2/4 (quinta-feira) - a partir das 18h30
caráter lúdico-informal, traje a vontade.

Mais informações:
Contra o G8

A nova Corja (1) (2) (3)

Inteligência Brasileira (1) (2)

Fotos (2008) aqui
Retirado do Pedalante

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Pedal Verde

Ano passado o governo do Estado de São Paulo divulgou o primeiro ranking ambiental dos municípios paulistas, do projeto Município Verde. Das 320 cidades avaliadas, São Paulo ficou com a centésima colocação. Nas dez diretivas que o município foi analisado, a que prejudicou bastante a colocação foi a diretiva “Arborização Urbana”.

Apesar dos belíssimos parques que a capital, ainda, abriga, estamos longe de chegar na média de 12m2 de área verde por habitante. Quando falo área verde, falo de árvores e plantas, e não de graminha de jardim, como a prefeitura de São Paulo costuma considerar.

Mas, afinal de contas: de quem é a responsabilidade pelo verde da cidade? Eu acredito que esta é função de todos os cidadãos e me alegraria muito poder ver mais vezes a cena que presenciei neste último domingo: uma bicicleta carregando uma muda de árvore de uns dois metros de altura, outra com uma muda um pouco menor, outra carregando terra, adubo e outras com pás, regadores, inchadas... Estou falando do primeiro Pedal Verde.

A idéia é simples: plantar árvores nativas pela cidade. Com a ajuda do viveiro Manequinho Lopes, no Parque do Ibirapuera, um grupo de ciclistas conseguiu mudas, terra, adubo e equipamentos para, todo último domingo do mês, realizar plantios pela cidade, deixá-la mais verde e possibilitar a cena harmônica que eu presenciei: bicicletas, árvores e seres humanos.

Que belíssimo exemplo de que para reduzir o cinza de São Paulo, não basta pedalar, é preciso plantar! Neste domingo, o pessoal do Pedal Verde plantou mais que árvores. Eles plantaram esperanças, plantaram alegrias – principalmente nas crianças e moradores próximos ao local do plantio, que apareceram lá, se envolveram e assumiram o compromisso de cuidar das árvores -, plantaram vida e canção.

Pedalando e Plantando

Pedalando e plantando e seguindo a canção.
Uma cidade mais verde merece atenção.
Nas escolas, nas ruas, praças e construções.
Pedalando e cantando e seguindo a canção.
Vem, vamos embora que esperar não é saber.
Quem sabe planta agora, e cuida para crescer!
Vem, vamos embora que esperar não é saber.
Quem sabe planta agora e cuida para crescer…

Biss.

Musica Pedalando e Plantando, adaptada da musica “Para não dizer que não falei de flores” do Geraldo Vandré, criada por ciclistas que participaram da Inaugração do Pedal Verde no último domingo de março.

Próximo Pedal Verde é dia 26 de abril. Vale a pena acompanhar e participar:
http://pedalverde.wordpress.com/

Fotos: JP Amaral