Quando se anda de bike a gente vive a matutar sobre as melhores e piores opções de caminhos para se chegar a determinados lugares. As teorias são variadas: caminhos com menos subidas, caminhos mais curtos; caminhos com menos trânsito, com mais árvores, mais pássaros, mais flores, menos poluição...
Eu sou adepta da teoria que o melhor caminho é aquele que a gente sabe. Mas, de bike, costumo me dar muito mal com isso, pois os caminhos que eu conheço costumam ser os mais longos, movimentados e com muitas subidas. Fazer o que?! A cidade é gigante, cheia de atalhos - e labirintos - que fica facinho de se perder. Aí prefiro os caminhos mais convencionais - entenda aqui aqueles que foram criados para os carros parados nos congestionamentos do final de tarde.
Logo que comecei a pedalar até o trabalho o caminho que eu conhecia era horroroso, além de perigoso. Eu passava por ruas e avenidas movimentadíssimas, com faixas de ônibus, muitos carros, a minha "descordenação motora" e com direito a calçadas e contra mão. Era o estresse total, mas era o caminho que eu conhecia e eu preferia seguir a já habitual teoria. Até que, na Bicicletada, conheci o Leandro Valverdes que virou um verdadeiro padrinho e me traçous uma rota de ida e outra de volta de casa para o trabalho. Foi a minha salvação.
O caminho da ida era muito mais tranquilo, um pouquinho mais longo, mas um milhão de vezes mais agradável - com direito a árvores e pássaros cantando. A volta era também bem mais tranquila no quesito trânsito, mas puxada nas subidas. Aliás, acho que foi com esse trajeto que aprendi a ser um pouquinho mais corajosa com subidonas. Só um pouquinho, pois ainda tenho pavor de subidonas.
Com o tempo, o vai e vem pelo mesmo caminho foi ficando enjoativo e alguns dias eu tinha uma baita preguiça de voltar pra casa pedalando, só de pensar nas subidas da Vila Madalena. Aí criei coragem, mudei minhas teorias e conceitos e comecei a me arriscar em ruas estranhas ao meu limitado guia mental de ruas paulistanas. Descobri ruelas, becos e também outras ruas movimentadas, mas mais planas e "sem traumas".
Hoje, depois de criar umas quatro opções de caminho de ida e umas seis opções de caminho de volta minhas pernas parecem girar no piloto automático. As vezes saio de casa ou do trabalho sem pensar no caminho e de repente, do nada, percebo que escolhi um caminho aleatoreamente. É legal que consigo fazer caminhos conforme o meu humor, a minha pressa, a minha disposição, a minha tpm (!).
Independente da opção de caminho do dia, todas elas são mais rápidas, mais alegres e mais vivas que qualquer outro meio de transporte. Como é bom ter caminhos para se escolher e no final todos eles resultarem no mesmo prazer! Acho que é por isso que eu nunca mais vou conseguir ser adepta do uso diário de um veículo motorizado.
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